sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Gabriel A. Slan nº11

                                                       Passeio de rotina

Era algum dia de verão de 2011, estávamos eu (com uma bomba amarrada no peito para um experimento maluco), meu dono Bronis, o crocodilo que vivia do outro lado do laboratório (que eu sempre tive medo de chegar perto) e Robson, um dos cientistas mais geniais da atualidade.
Robson tinha acabado de criar uma super máquina com moléculas nunca estudadas antes e que não se sabia que resultado a máquina daria. O cientista estava pronto para ligar a máquina, mas algo aconteceu, no último segundo antes de ligá-la ele jogou a mão para o lado e apertou o botão amarelo ao invés do azul, que ele tinha dito que apertaria (eram freqüentes as vezes que parecia que ele ia fazer uma coisa, mas no último instante ele mudava de idéia e fazia outra). Quando o cientista apertou o botão, tudo começou a tremer, de repente, girar, até que eu não enxergava mais nada. Então, eu acordei deitado numa ilha deserta, junto com tudo e todos que estavam no laboratório.
Algo muito estranho aconteceu quando pousamos na ilha. Quando eu caí eu gritei Aí que dor! e na mesma hora Bronis e Robson olharam pra mim com cara de surpresa e fascínio, parecia que eles tinham entendido o que eu tinha falado; e tinham mesmo! Eles podiam compreender o que eu falava e eu podia entender o que o crocodilo falava e que após as apresentações descobri que se chamava Crokys.
Nós fomos explorar a ilha. Não havia ninguém nela, estávamos sozinhos perdidos numa ilha deserta!
Robson logo começou a tentar reparar a máquina, mas parecia que não estava adiantando muito. Ele então decidiu fazer uma fogueira muito grande para que algum navio que passasse por ali pudesse nos resgatar.
Durante o processo de pegar lenha Robson começou a falar com Crokys e eu logo percebi que Robson agia muito estranhamente, quando me aproximei a ponto de ouvir o que estavam falando, percebi que Crokys estava dando em cima de Robson. Crokys era gay! Aquela criatura gigante e ameaçadora não passava de uma pobre alma sozinha e com uma opção sexual um tanto estranha para um crocodilo. Mas apesar de todos esses fatos, Crokys era muito comportado e ajudou muito a carregar madeira, graças à sua força.
Terminada a fogueira nós logo a acendemos, mas apenas 20 minutos depois o céu se encheu de nuvens e começou uma grande tempestade que apagou a fogueira e com uma onda gigante ela foi destruída!
Eu entrei em desespero, pois não tinha mais como sermos salvos e então decidi explodir a bomba para livrar todos de uma morte lenta e dolorosa.
Ainda não entendo o porquê Robson não gostou da idéia, mas não me deixei influenciar. Eu estava decidido a explodir aquela bomba!
Como eu não sabia como explodi-la direto, tive que acionar o timer. Dentro de apenas 20 minutos a bomba explodiria tudo e todos que estavam perto dela!
Robson em estado de desespero chamou Crokys e Bronis para conversar sobre algo, acho que estavam bolando um plano para me impedir. O que sei é que faltando apenas 5 minutos para a bomba explodir, não havia ninguém no meu campo de visão, mas eu estava decidido a explodir todos eles, então entrei no meio da mata a procura deles.
Quando já estava caminhando por uns 3 minutos a procura deles, Robson pulou de cima de uma árvore e aterrizou em mim, fazendo nós dois sairmos rolando mata adentro. Robson foi tão rápido ao tirar a bomba do meu peito que não tive tempo de reagir.
Faltavam apenas 1 minuto e meio para a bomba explodir, então Robson saiu correndo para o litoral e atacou a bomba com toda a força que tinha para o mar. Alguns segundos depois a bomba explodiu, mas não nos afetou por estar no fundo do mar.
Logo após a bomba explodir, Crokys me prendeu e Bronis me amarrou a uma árvore dizendo que era pra eu não causar mais confusão.
Robson tinha dito que iria desistir da fogueira e fazer um barco de troncos e bambus para sairmos da ilha, mas mais uma vez ele não fez o que disse que iria fazer. Ele reconstruiu a fogueira e logo a acendeu.
Após algumas horas, eu avistei um barco no horizonte e parece que ele também nos avistou, ele veio em nossa direção e Robson logo começou a fazer sinais para ele saber que realmente havia alguém lá.
A embarcação não era nada moderna e as pessoas se vestiam estranho, então ouvi Robson perguntando em que ano estávamos e o marujo respondendo que estávamos em 1920! Não era muito difícil acreditar, depois de tudo que passamos.
Chegando em terra, Robson arrumou alguns utensílios na cidade e me levaram para uma casa abandonada junto com todos para Robson fazer os reparos necessários na máquina.
Não demorou muito e a máquina estava concertada. Apenas um clique no botão e tudo começou a tremer novamente. Quando abri os olhos estava de volta no laboratório junto com todos.
Ainda não entendo porque Robson fez o que fez comigo, não era realmente necessário, mas ele estava decidido a fazer, e aqui estou eu hoje, sentado em uma jaula em uma clínica veterinária para animais com problemas mentais sem ter mais o que fazer a não ser escrever histórias sobre minhas experiências passadas.

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