terça-feira, 9 de agosto de 2011

Luis Filipe Palacios Prazeres N: 29

As Loucuras de um Louco

Eram tempos de guerra, quando um navio foi destruído por uma nação inimiga. Todos os tripulantes, a maioria soldados de guerra, morreram, sobrou apenas um, Casey. Casey ainda era um menino, filho de general. Ele era extremamente forte, e conseguiu segurar em um pedaço de madeira para se salvar da tragédia. Ele chegou a nossa ilha, onde morava eu, Donald, um pato muito amigável, porém com problemas mentais, meu dono, Forbes, que infelizmente tinha um problema de formação e era fanho e meu amigo Urco, um crocodilo amigável demais para a sua espécie (se é que você me entende).
Quando ele chegou à ilha, Forbes o viu e começou a gritar histericamente para irmos salvar Casey. Porém nós demoramos demais para entender o que ele dizia. Forbes foi o arrastando com toda a sua força até o máximo que ele conseguiu para nós podermos perceber que era uma pessoa desmaiada. Eu e Urco fomos ajudar Forbes e tentar salvar Casey. Meu dono resolveu fazer respiração boca-a-boca para reanimar Casey, e depois de aproximadamente um minuto ele começou a respirar e cuspir água.
Ele estava um pouco debilitado por causa da água gelada e pela água engolida, porém depois de algumas semanas ele estava perfeito para uma vida normal.
Com o passar do tempo nós fomos conversando e conhecendo Casey, sobre seus costumes, sua história e outras coisas. Casey era um menino muito forte e legal, cada vez mais gostávamos da pessoa dele. Ele nos ajudava com tarefas difíceis, como segurar e mover coisas pesadas. Isso nos ajudou muito e eu e Forbes acabamos dando muita atenção a ele e esquecendo o Urco.
Às vezes eu tinha alguns ataques de loucura, por causa de minha doença mental. Eu já quis fazer várias coisas estranhas, como: pegar um pedaço de bambu e sair flutuando pelo mar, me jogar do alto de árvores, entre outras coisas. Mas sempre fui salvo pelos meus dois amigos fieis: Urco e Forbes.
Depois de um tempo Urco ficou muito triste e depressivo. Ele acabou se isolando no outro lado da ilha. Forbes tentava conversar com ele, porém sempre sem sucesso.
Mesmo sem dar atenção ao crocodilo nos últimos tempos, ele era um amigo que fazia falta na minha vida. Por isso eu acabei também ficando triste. Isso acabou me ocasionando ataques constantes de loucura. Cada hora eu fazia uma coisa diferente.
Até que certo dia foi o ato de loucura mais impressionante que eu já fiz. Eu fabriquei uma bomba caseira e as instalei em mim mesmo. Falei para Forbes e Casey que queria o Urco de volta se não eu ia me matar. Apesar de ser loucura, era um ato para uma boa causa.
Forbes foi tentar falar com Urco primeiramente, porém Urco não acreditou na sua história. Depois de um tempo, Casey apareceu e tentou conversar com Urco, que quando viu o seu rosto ficou furioso. Ele perdeu todo seu lado feminino e partiu pra cima de Casey dando tapas e chutes. Casey, apesar de sua força, sempre foi calmo, e apenas segurou Urco para ele não agredi-lo com muita força. Depois de um tempo exaltado, Urco se acalmou e deixou Casey conversar com ele.
A primeira coisa que Casey falou foi: “As pessoas boas devem amar seus inimigos”. Urco paralisou e refletiu. Depois Casey foi conversando com Urco e falando sobre a situação. Finalmente Urco caiu na real e foi caminhando com Forbes e Casey para o outro lado da ilha.
Chegando lá, eu estava em cima de um coqueiro com a bomba armada, para qualquer movimento brusco eu perder a vida. As coisas entre Casey e Urco não estavam totalmente acertadas. Ainda tinha um pouco de rancor entre eles. Porém, de qualquer maneira, eles fizeram de tudo para eu perceber que eles realmente estavam se importando comigo.
Eu pedi para os dois uma prova de que realmente estavam em paz. Pedi para eles construírem em dupla uma nova casa de madeira para nós. Para isso eles precisavam da força de um e da inteligência de outro.
Enquanto o crocodilo calculava todas as medidas, Casey já ia carregando árvores.
Depois de horas e horas de trabalho finalmente a casa estava pronta. Desde então tinha lugar para todos. Uma casa grande e confortável. Eu gostei muito e quando fui descer da árvore, aconteceu um acidente! Eu caí. No instante em que caía passava um filme em câmera lenta de minha vida. Seria assim a minha morte? Por incrível que pareça não! Com muita sorte a bomba não explodiu, sabe lá Deus por que!
Desde o dia em questão, nós todos vivemos em harmonia e respeitamos o lugar de cada um do modo que sempre teve que ser.

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