terça-feira, 30 de agosto de 2011

Guilherme Lima Nº17


Horácio Silveira em uma ilha um tanto quanto estranha
Horácio Silveira era o nome do sujeito que acabara de aparecer em nossa ilha.
Como um bom pato-bomba, me apresentei a ele, logo perguntando de que terras ele teria vindo.
Horácio então me respondeu que não tinha certeza de como havia parado alí, tudo o que lembrava era de estar pilotando uma lancha, que havia materializado, em velocidades jamais alcançadas pelo Homem e derrepente estava alí, no mar perto da ilha em que estavam. O humano também comentou que o tempo parecia diferente, logo respondi que 1920 era realmente um ano de tempos extranhos.
O jovem ficou pensativo por algum tempo e me pediu para lhe deixar a sós. Diante de tal situação, fui conversar com meu amigo Jacaré, um amigo um tanto quanto íntimo, afinal éramos os únicos habitantes daquela ilha... Jacaré não quis conhecer Horácio, pois sabia que eu era extremamente siumento e que as chances de eu usar meus poderes malignos de manipulação mental contra Horácio eram grandes.
Quanto aos meus poderes, julgo ser importante dizer que meu mestre, um Homem fanho, e segundo ele mesmo, perturbado, me ensinou tudo que sei. Ele me treinou com artes milenares de persuasão, convencimento e algumas técnicas obscuras. Infelizmente ele foi uma vítima dos poderes que ele próprio havia me ensinado. Certo dia me ví em necessidade de mostrar ao meu dono que eu já era superior a ele, convenci ele a se suicidar, e foi realmente o que aconteceu no começo deste ano.
Insisti para que Jacaré fosse até Horácio comigo, mas ele não aceitava... Então me ví obrigado a manipular a mente dele, o que confesso que não foi muito difícil.
Chegamos até o humano e o Jacaré foi logo cumprimentá-lo... Ele tinha razão, eu fiquei mesmo com um certo ciúmes, afinal éramos os únicos naquela ilha, e meu dono me ensinou a valorizar o que é meu. Não consegui me controlar, o motivo era realmente fútil, mas minha mente parecia estar convencendo à mim mesmo de que aquela ilha era pequena demais para nós três.
Jacaré percebeu meu olhar pensativo e raivoso, ele sabia o que eu estava prestes a fazer.
Eu então usei meus poderes em Horácio, o fiz acreditar que um suicídio o levaria de volta para sua terra. O encanto foi tão forte que apenas alguns instantes após a conjuração, o humano já estava planejando seu suicídio. 
Horácio me pegou de surpresa, ele sabia que eu era um pato-bomba, me agarrou e conseguiu fazer com que eu explodisse. Me vi voando pelos ares, porém Horácio parecia ter ficado com apenas alguns arranhões.
Eu estava morto, esta próxima parte da história foi contada a mim pelo Jacaré.
Após a minha morte, Jacaré ajudou Horácio a se recuperar dos ferimentos. O humano não parecia precisar da ajuda do Jacaré, afinal, ele materializava medicamentos e curativos por conta própria.
 Após o tempo de recuperação, Horácio se viu livre do meu feitiço, percebeu que a idéia de suicídio era estúpida.
Jacaré então começou a ajudar Horácio à bolar um plano para voltar a seu tempo.
Após um tempo Horácio percebeu que se materializasse novamente uma lancha como aquela que estava antes de aparecer naquela ilha extranha, ele teria chances de voltar a seu tempo.
E assim Horácio fez. Materializou a lancha e partiu com Jacaré mar adentro. Após algum tempo, eles haviam alcançado uma velocidade altíssima, foi nessa hora que eu lembrei dos ensinamentos de meu mestre, ele havia dito que eu poderia voltar a vida.
Me concentrei em conjurar aquela magia que havia sido comentada em uma de minhas aulas com meu dono, e derrepente me vi na lancha junto com Jácaré e Horácio.
Os dois então dispararam uma torrente de perguntas e ameaças contra mim. Até pensei em vingança contra Horácio, mas tive medo de que ele fizesse algo como aquilo que causou minha morte.
Mas eu não iria viver sozinho naquela ilha, precisava de meu companheiro de todas as horas, Jacaré.
Não pensei duas vezes, manipulei a mente do Jacaré para ele preferir ficar na ilha comigo, ao invés de fugir com Horácio.
Jacaré pulou da lancha e eu fui logo atrás. Horácio não esboçou qualquer reação à extranha decisão que fiz com que Jacaré tivesse, ele estava muito concentrado em apenas voltar para seu tempo.
Após pularmos da lancha, vimos no horizonte um grande clarão vindo da lancha de Horácio. Só podíamos concluir que ele havia voltado para o lugar de onde veio.  

 

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